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Entrevista de Martinuci ao site Scream & Yell


De um tímido EP de estreia para um sólido primeiro álbum, muita coisa aconteceu na banda curitibana Stilnovisti: mudaram a formação, as condições de gravação, as carreiras paralelas em outros projetos musicais. Isso tudo colaborou para que “Intertextualité”, o primeiro álbum, tivesse a consistência e a alma que não se percebiam no EP homônimo, lançado em 2010 pelo selo De Inverno (download via Mediafire aqui), e relançado dois anos mais tarde com três faixas bônus gravadas ao vivo.

O processo de crescimento compensou: “Intertextualité” é um disco de estirpe rara nos dias de hoje, com canções que funcionam para espelhar experiências de pessoas de diferentes idades. A sonoridade é reconhecidamente inspirada pela música do passado – Aguinaldo Martinuci, vocalista e principal compositor da banda, reconhece influências de Rolling Stones (certamente a mais perceptível), Tom Jobim, Led Zeppelin e Luis Alberto Spinetta, entre outros – sem jamais soa datado, e tampouco renega a origem acadêmica da banda – seus integrantes se conheceram na UFPR (Universidade Federal do Paraná). O álbum é fruto dos estudos para a dissertação de mestrado de Martinuci, em que a intertextualidade, pelo viés da memória e da influência, é usada como tema para orientar as composições. O resultado é um disco conceitual, sim, mas nada monotemático, com partes que funcionam independentes do todo, e que ganham em impacto quando ouvidas em sequência.

Assim, “Cem Dias de Espera” é um ótimo exemplo do conceito do disco, com guitarras bluesy e um riff encantador de piano pairando sobre uma melodia à Paul McCartney, abrigando uma letra inspirada pelo filme “Cinema Paradiso” (1988) – uma das grandes canções de 2015, diga-se. Já “Zumzumzum” e “Um Deus Também É o Vento” são adaptações de poemas de Paulo Leminski tratados sob um prisma zepelliniano – a primeira para o lado mais orquestral e climático, a segunda para o épico e guitarreiro (com um acentinho grunge, inclusive).Influências de música erudita são nítidas em “Inverno” (com a participação da cantora lírica Cristiane Serkes) e “Sweet Flower” (com arranjo de cordas de Arrigo Barnabé e citação ao quarteto de cordas em sol menor de Debussy), e o rock argentino de Spinetta e Charly García se insinua em muitas nuances, como em algumas inflexões vocais, e na íntegra da versão para “O Rouxinol e a Rosa”, dos Paralamas do Sucesso, presente no tributo “Caleidoscópio” (lançado pelo Scream&Yell) e também incluída em “Intertextualité”.


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